Castanha

26 abril 2006

QUASE

Posted by Picasa














Um pouco mais de sol – eu era brasa,
Um pouco mais de azul – eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho – ó dor! - quase vivido...

Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim – quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo... e tudo errou...
— Ai a dor de ser — quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...

Momentos de alma que, desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...

Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol — vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...


Um pouco mais de sol — e fora brasa,
Um pouco mais de azul — e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Mário Sá-Carneiro

Faz hoje 90 anos que se suicidou, em Paris, com apenas 26 anos de idade, o poeta sobre quem Fernando Pessoa escreveu:
"Sá-Carneiro não teve biografia: teve só génio. O que disse foi o que viveu."

21 abril 2006

Castanha....em cena neste blog

Tive que roubar esta foto(no 1000 imagens) para o teatro do blog! Estou em cena!... .
Obrigada ao autor!

20 abril 2006

Prometido















Fica-me bem o rosa.....

Passo de Caracol



Este bichinho tem sido muito mais rápido que eu!...
Dou imensas vezes comigo a pensar "mas porquê correr tanto?? ". A esmagadora maioria das coisas e acontecimentos bons da minha vida deram-se sem que eu tivesse corrido, provavelmente só se deram porque estava suficientemente descontraída para permitir que se desenrolassem, se instalassem...
Não quero correr... quero andar devagar...saborear cada pedaço...conquistar os pormenores...identificar as texturas...
Não vou longe neste passo?
Mas eu apenas quero ser feliz! E quero saborear essa felicidade devagar...demoradamente...